PROJETO DE RECUPERAÇÃO DA LAGOA DO BATOQUE INICIA ATIVIDADES NA COMUNIDADE

O curso de Introdução à Permacultura e Capacitação em Construção de Canteiros Bio-sépticos ocorreu de 20 a 22 de maio, na Localidade do Batoque, em Aquiraz, com o objetivo de capacitar integrantes da comunidade através dos princípios e ética da Permacultura no desenvolvimento de competências e habilidades que possibilitem a inserção dessas pessoas como atores de mudanças locais, além de deixá-los aptos a construção do canteiro bio-séptico previsto durante as ações do projeto.

O curso patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental, conta com apoio do Núcleo de Estudos e Práticas Permaculturais do Semiárido (NEPPSA), da Universidade Estadual do Ceará (UECE), e da Fundação Brasil Cidadão.

Durante o curso os participantes visitaram o Projeto “De olho na água” em Icapuí, conhecendo as ações desse projeto através de visita local no lugar onde foram implantados canteiros bio-sépticos, participando de trilha ecológica sobre o ecossistema manguezal, obtendo aula expositiva de Educação Ambiental, visitando o viveiro de mudas nativas na estação mangue pequeno e o meliponário, criação de abelhas nativas, da comunidade do Córrego do Sal. Retornado ao Batoque o grupo colocou a mão na massa e construiu o primeiro canteiro bio-séptico na Associação Comunitária de Moradores do Batoque.

 

Aula teórica na
Associação Comunitária de Moradores do Batoque



Visita ao ecossistema manguesal em Icapuí

 

Visita ao viveiro de mudas de mangue em Icapuí

 

Visita ao meliponário de Córrego do Sal



Construção do bio-séptico



Canteiro bio-séptico construído.

  

O objetivo deste curso foi de capacitar os participantes da comunidade local para que conheçam os conceitos e tecnologias utilizadas pela Permacultura e possam estar preparados para construírem os 80 canteiros previsto no projeto, além de dar oportunidade de renda durante a implantação, propiciam a produção de alimentos em pequena escala à comunidade ribeirinha e os estimula a lutar pela conservação da Reserva Extrativista do Batoque.

Permacultura

A Permacultura, cultura permanente, atua como um sistema de planejamento baseado em éticas e princípios, que podem ser utilizados para criar e gerir sistemas humanos realmente sustentáveis. A palavra surgiu na década de 1970, na Austrália, concebida inicialmente pelos pesquisadores Bill Mollison e David Holmgren. Desde então, o conceito tem sido adotado e desenvolvido por uma rede de ambientalistas, agricultores orgânicos e Ecovilas, por todo o mundo. Muitas das soluções encontradas pelos permacultores representam contribuições valiosas para áreas como a de habitações, saneamento, manejo da água, energia e recuperação de áreas degradadas.

Em outras palavras, pode-se dizer que a Permacultura oferece as ferramentas para o planejamento, a implantação e a manutenção de ecossistemas cultivados no campo e nas cidades, de modo a que eles tenham a diversidade, a estabilidade e a resistência dos ecossistemas naturais. Alimento saudável, habitação e energia devem ser providos de forma sustentável para criar culturas permanentes.

Canteiro Biosséptico

Uma tecnologia de domínio público utilizada pela Permacultura, implantada primeiramente no Brasil pelo Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado, é o canteiro biosséptico. Ele tem sido utilizado com sucesso em outras comunidades cearenses, como a comunidade de Icapuí, através do projeto “De Olho na Água”, o qual vem trazendo benefícios a população local e ao meio ambiente.

Trata-se de um sistema completo, o qual associa digestão anaeróbica (sem a presença de oxigênio) a um canteiro séptico que digere toda a matéria orgânica na zona de raízes das plantas em conjunto com microrganismos aeróbicos (com a presença de oxigênio). A água passa por uma evapotranspiração (perda de água do solo por evaporação e a perda de água da planta por transpiração), eliminando totalmente qualquer tipo de resíduo, além de produzir biomassa viva, inclusive frutos.

Em outras palavras, a técnica testada em várias comunidades do país como solução para os problemas de saneamento básico, reproduz em uma caixa de alvenaria os processos pelos quais a natureza limpa a água poluída e, com isso, evita a contaminação do meio ambiente e a proliferação de doenças.

AÇÕES

Durante os próximos meses estão previstas ações para o início do plantio de 25 mil mudas de espécies nativas e frutíferas nas proximidades da lagoa do Batoque, coletas de água para análise no laboratório da SEMACE, e continuidade na construção dos canteiros bio-sépticos. Outras ações de Educação Ambiental junto à comunidade também estão sendo programadas.

PROJETO DE RECUPERAÇÃO DA LAGOA DO BATOQUE É LANÇADO OFICIALMENTE



Mesa de abertura durante o hino nacional - seguindo a ordem da direita para esquerda: Francielma Alves - Diretora da Associação Comunitaria dos Moradores do Batoque; Eason Ferreira - Assesoria de Comunicação do IBAMA/CE; Francisco Cabral - Secretário de Meio - Ambiente da Prefeitura de Aquiraz; Marcel Régis - Chefe da Reserva Extrativista do Batoque/ICMBio; Carla Marcon - Coordenadora da Regional VI do ICMBio; Thaís Dutra - Gestora de Projetos da Petrobras.



O projeto “Recuperação da Lagoa do Batoque”, patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental, foi lançado oficialmente, no último dia 12 de maio, na Escola Municipal do Batoque. Na abertura, estiveram presentes membros da Petrobrás, Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), Secretaria do Meio Ambiente, representando a Prefeitura de Aquiraz, além dos moradores e líderes da Associação Comunitária da Reserva Extrativista (RESEX) do Batoque.

Na cerimônia, a Orquestra de Música de Aquiraz tocou o Hino Nacional ao som de flautas e o coral cantou o Hino de Aquiraz.  Logo após, houve o pronunciamento dos envolvidos na ação e a apresentação oficial do Projeto “Recuperação Lagoa do Batoque”, ministrada pelo coordenador, Carlos Piffero. A cerimônia contou ainda com a apresentação cultural dos jovens do Batoque, que mostraram, através de uma peça teatral, o descaso da população com a natureza. O evento foi encerrado com um coquetel de comidas típicas da região.

Entrevista com Thaís Dutra - Gestora do Projeto

Entrevista com Carlos Piffero - Coordenador do Projeto

O PROJETO

O projeto “Recuperação Lagoa do Batoque” irá promover ações para a recuperação ambiental da Lagoa, durante 18 meses, utilizando técnicas de Permacultura (cultura permanente). Será realizada uma série de atividades, tais como a construção de 80 canteiros bio-sépticos em residências da comunidade próximas à lagoa; cursos de Educação Ambiental, focando a conservação de recursos naturais, a sensibilização e o envolvimento coletivo dos moradores da região; a revegetação de 10 hectares de mata ciliar da lagoa, pelo plantio de 25.000 mudas de espécies nativas; e a realização de cursos para produção local de adubo, utilizando uma técnica conhecida como compostagem.

As ações do projeto possibilitarão a recuperação do principal recurso hídrico superficial da RESEX, conscientizando a comunidade quanto à importância da conservação do meio ambiente, e, dessa forma, garantindo a melhoria da qualidade de vida local.

Alunos da Escola de Ensino Fundamental de Batoque.

Palestra de apresentação do Projeto de Recuperação da Lagoa do Batoque proferida pelo Coordenador do Projeto.

Projeto “Recuperação da Lagoa do Batoque”

Mais informações: (85) 9929.6788

CURSO DE INTRODUÇÃO A PERMACULTURA E CAPACITAÇÃO EM CONSTRUÇÃO DE CANTEIROS BIO-SÉPTICOS.

A Permacultura, cultura permanente, atua como um sistema de planejamento baseado em éticas e princípios que podem ser utilizados para criar e gerir sistemas humanos realmente sustentáveis. Surgiu na década de 1970, na Austrália, concebida inicialmente pelos pesquisadores Bill Mollison e David Holmgren. Desde então, o conceito tem sido adotado e desenvolvido por uma rede de ambientalistas, agricultores orgânicos e Ecovilas, por todo o mundo. Muitas das soluções encontradas pelos Permacultores representam contribuições valiosas para áreas como a de habitações, saneamento, manejo da água, energia e recuperação de áreas degradadas.

Uma tecnologia de domínio público utilizada pela Permacultura, implantada primeiramente no Brasil pelo Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado, é o canteiro bio-séptico. Ele tem sido utilizado com sucesso em outras comunidades cearenses, como a comunidade de Icapuí, no Ceará, através do projeto “De olho na água”, o qual vem trazendo benefícios a população local e para o meio ambiente. Trata-se de um sistema completo, o qual associa digestão anaeróbica (sem a presença de oxigênio) a um canteiro séptico que digere toda a matéria orgânica na zona de raízes das plantas em conjunto com microrganismos aeróbicos (com a presença de oxigênio). A água é evapotranspirada, eliminando totalmente qualquer tipo de resíduo, além de produzir biomassa viva, inclusive frutos.

O curso ocorrerá nos dias 20 a 22 de maio de 2011 e tem como objetivo capacitar membros da comunidade, através dos princípios e ética da Permacultura e sobre a construção de canteiros biosépticos, criando o desenvolvimento de competências e habilidades que possibilitem a inserção dessas pessoas como atores de mudanças locais. O curso faz parte das ações do Projeto de Recuperação da Lagoa do Batoque, patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental, e conta com apoio do Núcleo de Estudos e Práticas Permaculturais do Semiárido (NEPPSA), da Universidade Estadual do Ceará, e da Fundação Brasil Cidadão. Durante o curso está prevista uma visita a Icapuí, Projeto “De olho na água”, nos locais de implantação dos canteiros bio-sépticos, além da implantação de um canteiro na Associação Comunitária de Moradores do Batoque.

Durante essas atividades esperamos capacitar os participantes da comunidade local para que estes conheçam os conceitos e tecnologias utilizadas pela Permacultura e para que possam estar preparados para construírem os 80 canteiros bio-sépticos previstos no projeto, proporcionado a melhoria da qualidade ambiental da Lagoa do Batoque, dando oportunidade de renda, propiciando a produção de alimentos em pequena escala à comunidade ribeirinha e os estimulando a lutar pela conservação da Reserva Extrativista do Batoque.

CÂMARA, C. P